sábado, 16 de agosto de 2025

O que a natureza está tentando nos dizer — e por que não estamos ouvindo

Cada espécie lê o mundo à sua maneira. Nosso erro? Achar que só a visão humana importa. Está na hora de mudar nossa interpretação e agir diferente.



    O conceito de umwelt (mundo interpretativo) nos lembra que cada espécie percebe e processa apenas parte das informações do ambiente. Muitas vezes, o problema da relação humana com a natureza é que nosso “umwelt” está limitado pelo pensamento moderno — não vemos ou ignoramos sinais essenciais que os ecossistemas nos dão.

    

    A chave para uma transição real está em renovar nossas interpretações. Um mesmo “problema” — como um surto de insetos — pode gerar ações totalmente distintas: eliminar com pesticidas ou repensar o manejo para restaurar o equilíbrio. A diferença está no conhecimento e na abertura para compreender os sinais.


    No fim, a agricultura sintrópica coloca o ser humano como operador de transformações semânticas: alguém capaz de interpretar, ajustar e favorecer processos de cooperação entre espécies. Isso exige integração, humildade e disposição para trabalhar com a natureza e não contra ela.

    Se quisermos um futuro produtivo e sustentável, precisamos nos reinserir no diálogo com o planeta — não como dominadores, mas como coautores da vida que ele abriga.


 

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Sintropia: o segredo para transformar crise em abundância



    Na natureza, entropia e sintropia caminham juntas. A primeira representa degeneração e perda de energia; a segunda, regeneração e reorganização. Um sistema saudável transforma problemas em oportunidades — algo que a monocultura industrial não permite, mas que a agricultura sintrópica favorece.

    A metodologia de Götsch funciona como uma rede de trocas comunicativas:

  • Entre agricultor e ecossistema;
  • Entre plantas de diferentes alturas e funções;
  • Entre espécies com ciclos de vida distintos;
  • Entre histórias e características únicas de cada porção de terra.

    


    Nesse ambiente, pragas e “ervas daninhas” deixam de ser inimigos e passam a ser sinais de alerta. Eles informam que há algo no equilíbrio que precisa ser ajustado — falta de nutrientes, excesso de sombra, carência de diversidade. Em vez de usar venenos, o agricultor lê a mensagem e adapta o manejo.


    A agricultura sintrópica mostra que a comunicação entre espécies — chamada de eco-semiose — é a base para um agroecossistema autopoiético (capaz de se auto-organizar). Assim, a diversidade se torna não apenas uma meta estética, mas um motor de produtividade e resiliência.


terça-feira, 12 de agosto de 2025

A natureza não é nossa funcionária — e por que isso importa agora?


 

Por séculos, tratamos a natureza como uma ferramenta a ser controlada. Está na hora de mudar a lente e reaprender a conversar com ela.



    Vivemos uma crise planetária que vai muito além de mudanças climáticas e questões ambientais isoladas. O problema está no próprio modelo de desenvolvimento que adotamos: um sistema que degrada ecossistemas, esgota recursos e trata a natureza como algo externo à humanidade.


    Como lembra Edgar Morin, tudo está interligado por eco-dependência. Não existe apenas “uma” ecologia — há múltiplas “eco-logias” interagindo: ambientais, culturais, econômicas, políticas. Porém, sustentamos esse sistema com doses cada vez maiores de entropia (degeneração), acreditando que ela seja um “mal necessário”.


    Ao longo da história, as sociedades arcaicas uniam o mythos (o simbólico, o espiritual) e o logos (o racional, o prático). Hoje, a ciência moderna separou o ser humano da natureza, instaurando monoculturas e eliminando a diversidade, como se fosse possível controlar a vida sem dialogar com ela.


    A agricultura sintrópica, proposta por Ernst Götsch, resgata justamente esse diálogo — não no sentido de voltar ao passado, mas de reaprender a se comunicar com o mundo natural. O agricultor passa a ser mediador de relações entre espécies, promovendo cooperação e equilíbrio, e não imposição e destruição.



quarta-feira, 14 de maio de 2025

A Cosmologia Sintrópica: o que aprendi com Charles S. Peirce sobre a agricultura sintrópica de Ernst Götsch



Resumo

O objetivo deste artigo é refletir sobre os conceitos metafísicos do filósofo norte-americano Charles S. Peirce (1839-1914) em relação à metodologia de cultivo do agricultor Ernst Götsch, chamada agricultura sintrópica. Primeiramente, vamos abordar os conceitos fenomenológicos que fundamentam a metafísica de Charles Peirce. Nela, o espaço-tempo se torna, hipoteticamente, um ecossistema. Esse movimento se dá para podermos expandir as noções encontradas no antológico texto Amor Evolucionário (1893) que inaugura, na filosofia de Peirce, um universo concebido em continua evolução e complexidade, ou sinequismo. Essa abordagem se faz necessária para superarmos a noção de linearidade do espaço-tempo e nos cercarmos de uma realidade permeada pela diversidade e originalidade (primeiridade), irreversibilidade e alteridade (secundidade), e regularidade e continuidade (terceiridade) espaço-temporal. Ao final, vamos observar as correlações entre a metodologia da agricultura sintrópica de Ernst Götsch com essa cosmovisão de Peirce, sem perder de vista as contribuições de teóricos dos sistemas como Mário Bunge, Ilya Prigogine, Edgar Morin e Jorge Albuquerque Vieira para dar suporte à análise aqui proposta.


Palavras-Chave: Semiótica; Cosmologia; Agricultura Sintrópica; Metafísica; Complexidade.

Acesso pelo link: Cosmologia Sintrópica

terça-feira, 13 de maio de 2025

ECO-SEMIOSE: UMA ANÁLISE DA AGRICULTURA SINTRÓPICA DE ERNST GÖSTCH A PARTIR DA COMUNICAÇÃO

 


RESUMO: O objetivo deste artigo é compreender a importância da comunicação na agricultura sintrópica de Ernst Göstch. O que se pretende, ao longo do texto, é abordar esta metodologia de cultivo agro-ecossistêmico pelo viés da Semiótica de Charles S. Peirce (1839-1914) em conjunto aos teóricos da Complexidade como Edgar Morin, Ilya Prigogine e Jorge Albuquerque Vieira. Tal abordagem visa uma reflexão sobre a natureza semiótica da agricultura sintrópica e como esta metodologia exige do agricultor uma renovação interpretativa na maneira como lida com a natureza. O artigo concluí que é preciso olhar esta perspectiva sintrópica como um retorno a uma co-evolução, isto é, a um desenvolvimento produtivo compartilhado entre espécies. Tendo os ecossistemas como moderadores da eco-bio-organização em que a humanidade está inserida. 

PALAVRAS-CHAVE: agricultura sintrópica; Ernst Göstch; agroecologia; agro-ecossistema.

Para acessar o artigo completo, clique no link abaixo:

Eco-Semiose

domingo, 11 de maio de 2025

Eco-sintropia: uma análise da agricultura sintrópica de Ernst Göstch a partir da complexidade

 


Resumo

O intuito deste artigo é compreender a dinamicidade ecossistêmica encontrada na agricultura sintrópica de Ernst Götsch. O que se pretende, ao longo do texto, é analisar as noções empírico-práticas desenvolvidas por Götsch a partir de conceitos de teóricos dos sistemas (como Edgar Morin, Mario Bunge, Ilya Prigogine e Jorge Albuquerque Vieira) em conjunto com a Semiótica de Charles S. Peirce. É a partir desta dialogia, de noções e conceitos, que o artigo se desdobra colocando tal arcabouço teórico a serviço da metodologia da agricultura sintrópica. Portanto, o que se almeja, ao longo deste trabalho, é o fortalecimento conceitual desta metodologia a partir do escopo da Complexidade.


Palavras-chave: 

Agricultura Sintrópica; Agro-Ecossistema, Agroecologia; Eco-Comunicação; Complexidade.

Artigo disponível em: Eco-Sintropia

terça-feira, 6 de maio de 2025

Sintropia Comunicativa: a Eco-Semiose em Agro-ecossistemas Sintrópicos e Autopoéticos

 



Resumo

O objetivo deste artigo é compreender a importância do processo de comunicação entre espécies – incluindo a humana – na agricultura sintrópica de Ernst Göstch. Por meio do ponto de vista da Complexidade, articulando as teorias sistêmicas desenvolvidas por Humberto Maturana, Edgar Morin, Ilya Prigogine e Jorge Albuquerque Vieira em conjunto com a Semiótica de Charles Sanders Peirce, este artigo visa esclarecer a eco-comunicação como a matriz para o desenvolvimento de agro-ecossistemas sinérgicos e autopoiéticos. O texto observa ainda que para a agricultura sintrópica se tornar possível é preciso uma mudança interpretativa sobre a natureza e esta mudança ocorre quando percebemos que a natureza, em seu aspecto ecossistêmico, é um organismo vivo, inteligível e criativo que busca autonomia, permanência e auto-generalidade (produção contínua). O artigo conclui que agricultura sintrópica coloca o homo sapiens como um operador de transformações semânticas. Assim sendo, é por meio de suas intervenções no sistema, favorecendo a sintropia, que o agro-ecossistema floresce e abunda em comunicação e, consequentemente, em produção.

Palavras-chave: 

Agricultura Sintrópica; Ernst Göstch; Agroecologia; Agro-ecossistema; Autopoiética

Acesso pelo link: Sintropia Comunicativa

O que a natureza está tentando nos dizer — e por que não estamos ouvindo

Cada espécie lê o mundo à sua maneira. Nosso erro? Achar que só a visão humana importa. Está na hora de mudar nossa interpretação e agir dif...