Cada espécie lê o mundo à sua maneira. Nosso erro? Achar que só a visão humana importa. Está na hora de mudar nossa interpretação e agir diferente.
O conceito de umwelt (mundo interpretativo) nos lembra que cada espécie percebe e processa apenas parte das informações do ambiente. Muitas vezes, o problema da relação humana com a natureza é que nosso “umwelt” está limitado pelo pensamento moderno — não vemos ou ignoramos sinais essenciais que os ecossistemas nos dão.
A chave para uma transição real está em renovar nossas interpretações. Um mesmo “problema” — como um surto de insetos — pode gerar ações totalmente distintas: eliminar com pesticidas ou repensar o manejo para restaurar o equilíbrio. A diferença está no conhecimento e na abertura para compreender os sinais.
No fim, a agricultura sintrópica coloca o ser humano como operador de transformações semânticas: alguém capaz de interpretar, ajustar e favorecer processos de cooperação entre espécies. Isso exige integração, humildade e disposição para trabalhar com a natureza e não contra ela.
Se quisermos um futuro produtivo e sustentável, precisamos nos reinserir no diálogo com o planeta — não como dominadores, mas como coautores da vida que ele abriga.