terça-feira, 16 de setembro de 2025

Mudar a interpretação para mudar o futuro

Cada espécie lê o mundo à sua maneira. Nosso erro? Achar que só a visão humana importa. Está na hora de mudar nossa interpretação e agir diferente.



    O conceito de umwelt (mundo interpretativo) nos lembra que cada espécie percebe e processa apenas parte das informações do ambiente. Muitas vezes, o problema da relação humana com a natureza é que nosso “umwelt” está limitado pelo pensamento moderno — não vemos ou ignoramos sinais essenciais que os ecossistemas nos dão.


    A chave para uma transição real está em renovar nossas interpretações. Um mesmo “problema” — como um surto de insetos — pode gerar ações totalmente distintas: eliminar com pesticidas ou repensar o manejo para restaurar o equilíbrio. A diferença está no conhecimento e na abertura para compreender os sinais.


    No fim, a agricultura sintrópica coloca o ser humano como operador de transformações semânticas: alguém capaz de interpretar, ajustar e favorecer processos de cooperação entre espécies. Isso exige integração, humildade e disposição para trabalhar com a natureza e não contra ela.

    Se quisermos um futuro produtivo e sustentável, precisamos nos reinserir no diálogo com o planeta — não como dominadores, mas como coautores da vida que ele abriga. 

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

O Segredo da Abundância: O que a Sintropia nos Revela?




    Estamos acostumados a pensar na natureza em termos de perdas: erosão, desmatamento, extinções. Mas há também outra força atuando — a sintropia. Diferente da entropia, que fala da degeneração, a sintropia é a capacidade da vida de se reinventar, reaproveitar e se reorganizar.

    Na prática, isso significa que tudo o que “morre” ou “se desgasta” no ecossistema pode ser transformado em nova energia. Galhos podados viram adubo, folhas secas alimentam o solo, espécies em declínio abrem espaço para outras florescerem.

    Essa lógica circular não é apenas biológica — é um ensinamento para nós, humanos. Se aprendermos a olhar para crises, falhas e até perdas como possibilidades de transformação, talvez possamos reconstruir nossa forma de habitar o planeta.


    👉 O que em sua vida hoje poderia ser “reciclado” em algo novo?

   

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

A Natureza Não é Caos: O Que a Agricultura Sintrópica Pode Nos Ensinar?


   
         Quando olhamos para a natureza, muitos enxergam apenas uma bagunça de sons, cores e disputas. Mas será que é só isso? A agricultura sintrópica, desenvolvida por Ernst Götsch, mostra exatamente o contrário: o que parece desordem é, na verdade, um diálogo profundo entre espécies, energias e ciclos de vida.

    Plantas conversam entre si, árvores compartilham nutrientes, fungos formam redes subterrâneas de comunicação e até o sol entra nessa conversa. É um ecossistema inteiro funcionando como uma orquestra complexa, onde cada espécie toca sua nota, às vezes em harmonia, às vezes em tensão, mas sempre colaborando para manter a vida.

       O que Götsch nos mostra é simples e poderoso: não existe equilíbrio sem diversidade, não há abundância sem comunicação. A natureza não é um palco de inimigos, mas um tecido vivo de solidariedades invisíveis.

👉 E se aprendêssemos a escutar melhor essa linguagem?

sábado, 16 de agosto de 2025

O que a natureza está tentando nos dizer — e por que não estamos ouvindo?

Cada espécie lê o mundo à sua maneira. Nosso erro? Achar que só a visão humana importa. Está na hora de mudar nossa interpretação e agir diferente.



    O conceito de umwelt (mundo interpretativo) nos lembra que cada espécie percebe e processa apenas parte das informações do ambiente. Muitas vezes, o problema da relação humana com a natureza é que nosso “umwelt” está limitado pelo pensamento moderno — não vemos ou ignoramos sinais essenciais que os ecossistemas nos dão.

    

    A chave para uma transição real está em renovar nossas interpretações. Um mesmo “problema” — como um surto de insetos — pode gerar ações totalmente distintas: eliminar com pesticidas ou repensar o manejo para restaurar o equilíbrio. A diferença está no conhecimento e na abertura para compreender os sinais.


    No fim, a agricultura sintrópica coloca o ser humano como operador de transformações semânticas: alguém capaz de interpretar, ajustar e favorecer processos de cooperação entre espécies. Isso exige integração, humildade e disposição para trabalhar com a natureza e não contra ela.

    Se quisermos um futuro produtivo e sustentável, precisamos nos reinserir no diálogo com o planeta — não como dominadores, mas como coautores da vida que ele abriga.


 

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Sintropia: o segredo para transformar crise em abundância



    Na natureza, entropia e sintropia caminham juntas. A primeira representa degeneração e perda de energia; a segunda, regeneração e reorganização. Um sistema saudável transforma problemas em oportunidades — algo que a monocultura industrial não permite, mas que a agricultura sintrópica favorece.

    A metodologia de Götsch funciona como uma rede de trocas comunicativas:

  • Entre agricultor e ecossistema;
  • Entre plantas de diferentes alturas e funções;
  • Entre espécies com ciclos de vida distintos;
  • Entre histórias e características únicas de cada porção de terra.

    


    Nesse ambiente, pragas e “ervas daninhas” deixam de ser inimigos e passam a ser sinais de alerta. Eles informam que há algo no equilíbrio que precisa ser ajustado — falta de nutrientes, excesso de sombra, carência de diversidade. Em vez de usar venenos, o agricultor lê a mensagem e adapta o manejo.


    A agricultura sintrópica mostra que a comunicação entre espécies — chamada de eco-semiose — é a base para um agroecossistema autopoiético (capaz de se auto-organizar). Assim, a diversidade se torna não apenas uma meta estética, mas um motor de produtividade e resiliência.


terça-feira, 12 de agosto de 2025

A natureza não é nossa funcionária — e por que isso importa agora?


 

Por séculos, tratamos a natureza como uma ferramenta a ser controlada. Está na hora de mudar a lente e reaprender a conversar com ela.



    Vivemos uma crise planetária que vai muito além de mudanças climáticas e questões ambientais isoladas. O problema está no próprio modelo de desenvolvimento que adotamos: um sistema que degrada ecossistemas, esgota recursos e trata a natureza como algo externo à humanidade.


    Como lembra Edgar Morin, tudo está interligado por eco-dependência. Não existe apenas “uma” ecologia — há múltiplas “eco-logias” interagindo: ambientais, culturais, econômicas, políticas. Porém, sustentamos esse sistema com doses cada vez maiores de entropia (degeneração), acreditando que ela seja um “mal necessário”.


    Ao longo da história, as sociedades arcaicas uniam o mythos (o simbólico, o espiritual) e o logos (o racional, o prático). Hoje, a ciência moderna separou o ser humano da natureza, instaurando monoculturas e eliminando a diversidade, como se fosse possível controlar a vida sem dialogar com ela.


    A agricultura sintrópica, proposta por Ernst Götsch, resgata justamente esse diálogo — não no sentido de voltar ao passado, mas de reaprender a se comunicar com o mundo natural. O agricultor passa a ser mediador de relações entre espécies, promovendo cooperação e equilíbrio, e não imposição e destruição.



quarta-feira, 14 de maio de 2025

A Cosmologia Sintrópica: o que aprendi com Charles S. Peirce sobre a agricultura sintrópica de Ernst Götsch



Resumo

O objetivo deste artigo é refletir sobre os conceitos metafísicos do filósofo norte-americano Charles S. Peirce (1839-1914) em relação à metodologia de cultivo do agricultor Ernst Götsch, chamada agricultura sintrópica. Primeiramente, vamos abordar os conceitos fenomenológicos que fundamentam a metafísica de Charles Peirce. Nela, o espaço-tempo se torna, hipoteticamente, um ecossistema. Esse movimento se dá para podermos expandir as noções encontradas no antológico texto Amor Evolucionário (1893) que inaugura, na filosofia de Peirce, um universo concebido em continua evolução e complexidade, ou sinequismo. Essa abordagem se faz necessária para superarmos a noção de linearidade do espaço-tempo e nos cercarmos de uma realidade permeada pela diversidade e originalidade (primeiridade), irreversibilidade e alteridade (secundidade), e regularidade e continuidade (terceiridade) espaço-temporal. Ao final, vamos observar as correlações entre a metodologia da agricultura sintrópica de Ernst Götsch com essa cosmovisão de Peirce, sem perder de vista as contribuições de teóricos dos sistemas como Mário Bunge, Ilya Prigogine, Edgar Morin e Jorge Albuquerque Vieira para dar suporte à análise aqui proposta.


Palavras-Chave: Semiótica; Cosmologia; Agricultura Sintrópica; Metafísica; Complexidade.

Acesso pelo link: Cosmologia Sintrópica

Mudar a interpretação para mudar o futuro

Cada espécie lê o mundo à sua maneira. Nosso erro? Achar que só a visão humana importa. Está na hora de mudar nossa interpretação e agir dif...